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O Som não Sonoro

Sino do Templo Shin de Brasília, @foto:dhanapala

No último mês de agosto tivemos a oportunidade de visitar o Templo Shin da Terra Pura lá em Brasília. Além da companhia agradabilíssima de Sato Sensei e da Cris e uma boa conversa com os membros da sangha numa das noites, a boa experiência de tocar o sino pela manhã.

Tocar um sino me traz várias lembranças. Uma delas é de um ensinamento de Gyomay Kubose Sensei:

Bati no sino, e todos ficaram muito quietos. Eles escutaram até o final do som. Então, eu disse: “Esta é a forma como começamos nossa prática buddhista. Todos escutam o som do sino, livrando-se de pensamentos perturbadores e tornando suas mentes abertas e receptivas. Ainda mais importante: somos capazes de escutar o som não sonoro”.

O que é o som não sonoro? O sino repousa silenciosamente sobre a almofada. Sempre que alguém o toca, ele cria um som. Dependendo de como é tocado, diferentes sons são produzidos: alto, baixo, curto ou longo. Há miríades de sons contidos naquele sino. Do ponto de vista do sino, ele responde de acordo com o modo como é tocado..


Cada sino tem o potencial para produzir centenas de sons e vibrações. Essa também é a forma de nossa vida. Cada um de nós é como um sino. Possuímos a capacidade de produzir sons de acordo com o modo como as coisas do mundo nos tocam. 

do livro “O Centro Dentro de Nós”, @ Edições Nalanda

dhanapala

Este é o blog pessoal de Ricardo Sasaki, psicoterapeuta, palestrante e professor autorizado na tradição buddhista theravada (Upasaka Dhanapala) e mahayana (Ryuyo Sensei), tradutor, autor e editor de vários livros, com um grande interesse na promoção e desenvolvimento de meios hábeis que colaborem na diminuição real do sofrimento dos seres, principalmente aqueles inspirados nos ensinamentos do Buddha. Dirige o Centro de Estudos Buddhistas Nalanda e escreve no blog Folhas no Caminho. É também um dos professores do Numi - Núcleo de Mindfulness para o qual escreve regularmente. Para perguntas sobre o buddhismo, estudos em grupo e sugestões para esta coluna, pode ser contactado aqui: biolinky.co/ricardosasaki

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