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uma paisagem lunar estéril e desolada


“A maior forma de ilusão do “eu” é o egoísmo cego. Isso também pode assumir diferentes formas. Algumas pessoas, obcecadas por este tipo de insensibilidade, experimentam o seu ambiente como uma paisagem lunar estéril e desolada, habitada seja por aliados ou inimigos. Normalmente, eles percebem as pessoas como objetos úteis ou ameaçadores. A ideia fixa de constante ameaça é combatida com agressão. Outros podem ficar completamente perdidos por desejos sensuais, até mesmo ao ponto da total escravidão.

“O “eu” não é uma entidade, não é algo realmente existente por seu direito próprio. Na pessoa não iluminada a ideia básica de “self” se origina juntamente com cada percepção, como um aspecto inerente do processo perceptivo, mas o “mim” possessivo, reflexivo se origina somente de modo ocasional, quando o sentido de ego precisa reforçar sua crença em sua própria realidade Essa forma de autoengano serve para acobertar a realidade desprovida-de-self de nossa vida, para revitalizar o sentido de “meu self”, para refrescar e reafirmar o sentido decrescente de auto-identidade. Dessa forma, conseguimos manter intacta a ilusão de um “eu” individual contínuo, que então assume o papel central em nossa história de vida. A identificação com esse “mim” nos dá a sensação de que eu sou o “ator”, “pensador”, “sujeito perceptivo”, “experienciador”, “possuidor”. Em todos esses níveis e gradações, a ideia do “self” é responsável pela distorção principal de nossa experiência. A forte atração gravitacional do self causa a deformação profunda básica da realidade por meio de nossas percepções, pensamentos e sentimentos”.

por Ven. Ashin Ottama
traduzido para a Comunidade Nalanda por Rafael e Rui

dhanapala

Este é o blog pessoal de Ricardo Sasaki, psicoterapeuta, palestrante e professor autorizado na tradição buddhista theravada (Upasaka Dhanapala) e mahayana (Ryuyo Sensei), tradutor, autor e editor de vários livros, com um grande interesse na promoção e desenvolvimento de meios hábeis que colaborem na diminuição real do sofrimento dos seres, principalmente aqueles inspirados nos ensinamentos do Buddha. Dirige o Centro de Estudos Buddhistas Nalanda e escreve no blog Folhas no Caminho. É também um dos professores do Numi - Núcleo de Mindfulness para o qual escreve regularmente. Para perguntas sobre o buddhismo, estudos em grupo e sugestões para esta coluna, pode ser contactado aqui: biolinky.co/ricardosasaki

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1 Resultado

  1. Josiane disse:

    Explicação ótima e sucinta do ego! Aproveitem a leitura.