Ontem falei sobre uma certa incongruência da prática do Zen no Brasil. A questão do koan, de fato, sempre foi complexa e intrincada na história do zen em qualquer país. Num texto que será distribuído para aqueles que fizerem os retiros e cursos com os prof. Heila e Rodney Downey pelo Nalanda, é dito que:
“O Zen começou a parecer muito complicado para as pessoas comuns. A prática do Zen e o cotidiano das pessoas começaram a ficar distantes. Elas não entendiam ditos esotéricos, como “A galinha de pau grita” ou “O tigre de pedra voa”. O Zen tornou-se uma prática exclusiva da elite. Em outras palavras, seu cabelo parece mais alto que sua cabeça. “Você vê o chifre do coelho?” As pessoas comuns não entendiam esse tipo de conversa. Você tinha de entender nas entrelinhas, porque as palavras por si não traziam o verdadeiro significado. Isso aconteceu por algum tempo, então a fala mais direta surgiu outra vez. A resposta para “O que é Buddhismo?” foi: “A primavera surge, a grama cresce por si mesma”. Para “Qual é o caminho verdadeiro?” a resposta foi: “O céu é azul, a árvore é verde”. Respostas diretas com uma só sentença. No passado, a resposta tinha sido uma única palavra ou ação. “O que é Buddha?” Batida! Um ponto. Então, as respostas para essa questão sofreram muitas mudanças. Apareceram as respostas de uma sentença e, mais tarde, formas mais complicadas, mas todas elas estavam ensinando a verdade”.
O estilo de Zen que usa koans poderá ser experimentado no Brasil neste ano, não apenas em Belo Horizonte e São Paulo, mas também em Porto Alegre.