Lidar com a dor física, para não falar da mental, é certamente um dos obstáculos mais freqüentes que o praticante de meditação se depara. Enquanto alguns caminhos procuram lidar com a dor de uma forma mais filosófica [estimulando o entendimento das causas da dor e a necessidade de aceitar aquelas que são inescapáveis] o Buddhismo Theravada não pára neste entendimento teórico, mas dá um passo a mais no sentido de transformar a dor em “prática”. Ajahn Kor diz:
“Devemos aprender nossas lições provenientes da dor, de tal modo que a mente possa se libertar dela, ao invés de se enfraquecer e ser derrotada todo o tempo. Devemos ser corajosos e lutar com ela até o último limite – até chegar ao ponto de podermos deixá-la ir. A dor é algo sempre presente nesse conglomerado de corpo e mente. Podemos percebê-la a cada momento. Se a contemplarmos até vê-la em todos os seus detalhes, podemos, então, torná-la nosso esporte: ver que a dor é a dor das condições naturais, não a nossa dor. Isto é algo que devemos investigar detalhadamente: que isto não é a nossa dor, é a dor dos agregados “.
Tal investigação é uma das marcantes características de vipassana, tal como praticado no Buddhismo Theravada.