O autor inclui uma história do rei Bimbisara. Quando o plano do príncipe Ajatasatru e do monge superior Devadata para assassinar o rei falha, o rei discute o assunto com os seus ministros. O primeiro grupo de ministros aconselha-o a executar o príncipe, o monge superior e seus seguidores. O segundo grupo sugere executar somente o príncipe e o monge superior. O terceiro grupo não sugere nenhuma execução. O que o rei ordena é destituir a nobreza do primeiro grupo, rebaixar o título do segundo grupo e promover o terceiro grupo. Isto é digno de nota. Pelo senso comum, o assassinato deve ser retribuído com a morte. Mas o rei já havia atingido um nível básico de iluminação, praticando o perdão e até mesmo puniu aqueles que o aconselharam sobre a sentença de morte. Sua resposta ilustra bem uma atitude buddhista com relação àqueles que tentam nos prejudicar.
Existe uma variedade de histórias que descrevem a relação do Buddha com as pessoas comuns. Uma pequena história conta sobre uma criança que quer dar alguma coisa ao Buddha. Não tendo nada, ele verte areia em sua tigela. O que o Buddha aceita.
Perto do fim do livro, Buddhadasa diz que o Buddha não é nada para nós. Suponho que ele diz isto para estremecer o nosso apego, e nos fazer entender a realidade. Ele argumenta que a idéia de ser esta ou aquela coisa reflete o apego. Uma vez que a mente é liberta ela se sentirá não sendo coisa alguma.
Há um sutta interessante que ilustra outra abordagem do Buddha. É o Jora Sutta (Sutta Ao Saquedor). Nele, o Buddha ensina que para saqueadores serem prósperos, eles não deveriam cometer nenhum dano àqueles que não possam reagir, que não cometam nenhum dano às mulheres e meninas, que não saqueiem os monásticos e o tesouro estatal, que não roubem tudo mas deixem alguma coisa para o dono, que não saqueiem dentro da própria vizinhança, que deveriam ser sábios nas economias e deveriam acumular um pouco de mérito. É notável como o Buddha emprega os meios hábeis ao ensinar os saqueadores. Se lhes dissesse para não roubar, eles não escutariam. Ao contrário, o conselho do Buddha é no sentido de reduzir a violência e ajudá-los indiretamente sugerindo, por exemplo, economizar, o que é mais aceitável para eles. O Buddha entende sua audiência, e sabe como aproximar-se dela