É com grande preocupação que o Colegiado Buddhista Brasileiro vem apúblico comentar as ações que se desenrolam nos últimos dias na antiga Birmânia, atual Myanmar, onde milhares de monges e monjas buddhistas fazem um protesto pacífico contra a junta militar que governa o país.
Segundo fontes da imprensa os monges tomaram as ruas da capital Yangon e de outras cidades, entoando Sutras, dentre eles o Metta Sutta que exalta o amor e a compaixão dos seres humanos. O que começou com algumas dúzias de manifestantes tornou-se uma das maiores manifestações naquele país, contudo, com uma característica ímpar: imbuídos de extrema compaixão, os monges estão pedindo para a população leiga que não os acompanhe, nem façam qualquer movimento contra o governo, para que tais leigos não sofram represárias do governo.
Soubemos por fontes da imprensa que a repressão do governo se iniciou hoje, em ações violentas contras os monges, sendo que os seis principais templos da capital birmanesa foram cercados por forças fiéis ao governo e vários monges foram presos e espancados.
O CBB apela a todos os buddhistas e simpatizantes de nossa religião e mesmo aos membros de todas as outras denominações religiosas que apóiem de alguma forma esses corajosos representantes do Dharma que puxaram para si a responsabilidade de protestar contra as atrocidades do governo para com a população. Esse apoio pode ser feito de várias maneiras, desde intervenções juntos aos poderes nacionais e internacionais até a simples e necessária oração para o povo birmanês, seus governantes e nossos irmãos monges, para que a questão seja resolvida pelas vias não-violentas como pregou, Sidharta Gautama, o Buddha.
Mesmo nesse momento de grande pressão e opressão, os monges birmaneses seguem fiéis aos ensinamentos do Tathagata, elevando sua compaixão e altruísmo às últimas conseqüências, que esperamos serem as mais serenas possíveis por parte do governo birmanês. Vamos aguardar o desenrolar das ações, mas pedimos a todos que não se abstenham, nem virem seus rostos para longe, pois as vidas desses monges dependem da pressão internacional e para provocar essa pressão precisamos nos manifestar, seja por emails às embaixadas americanas, thailandesas, chinesas, russas e européias, bem como, para o Itamaraty e veículos da imprensa.
O CBB possui em seu quadro de diretores e em seu conselho consultivo, representantes do Buddhismo Theravada que através de seus contatos na Ásia tentarão nos manter informados do desenrolar dos acontecimentos.
Metta, Omitofo, Tashi Delek, Namo Amida Butsu, Gassho…
Mauricio Ghigonetto (Shaku Hondaku)
Presidente CBB
e demais Diretores
e membros do Conselho