Prosseguindo nas viagens pela Índia, após o final da conferência, alguns optaram por fazer uma visita guiada a várias cavernas buddhistas belíssimas da região. Foram quatro conjuntos de cavernas. Cavernas não é bem o termo, explicou-me a professora-guia e o nome mais apropriado é lena (em pali) que evoca a idéia de embelezamento de uma montanha. As que visitaremos estão dentre as primeiras e mais antigas produzidas na Índia, anteriores ao ápice atingido por Ajanta e Ellora (que eu já havia visitado em outras ocasiões. É impossível mostrar a magnificência que elas são e o espírito que evocam, mas neste ano tentarei mostrar nos grupos Nalanda uma coleção de fotos que tirei por lá. Nesta ‘folha’ mostro dois aspectos de Bedse e Bhaje. Aqui ao lado à direita temos a visão de baixo, mirando para onde deveremos subir através de uma escada serpenteante de degraus de pedra.
Neste lena há figuras bastante curiosas, raramente encontradas em outros lugares. O casal sentado nos cavalos pode ser de doadores que financiaram a construção ou, quem sabe, de divindades. Elas foram escavadas entre o primeiro século a.C. e o primeiro d.C. A perfeição do entalhe é notável e a vista do alto nos faz imaginar como aqueles monges solitários que viviam aqui em completo isolamento deviam se sentir. Ah, meditar uns dias por aqui…
O segundo conjunto pode ser ainda mais antigo, do segundo século a.C. , se constituindo num dos mais antigos chaityas dos tempos antigos. Um conjunto de 18 construções, entre viharas e chaityas, cavadas na pedra recompensam o visitante de resolve subir até lá no topo. Situadas próximas a antigas rotas comerciais, tais lenas são marcos da arquitetura antiga indiana. Sorte de nosso grupo que contou com dois guias, uma doutora em pali e arquitetura indiana, e um doutor em escrita antiga.
Abaixo podemos ver um dos companheiros de viagem, o ven. Dhammissara (sua apresentação na conferência foi sobre a influência mahayana no Sri Lanka) num pequeno vihara mostrando as portas para os quartos dos monges. E uma inscrição em escrita antiga que registra doação proveniente de um dayaka do estrangeiro, possivelmente da Báctria grega.
Belas fotos!
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