Os monges Ven. Osadha e Ven. Rathapala mostram-se curiosos sobre o Brasil, cultura, religiao, comida, etc. Falam bastante também sobre a Birmania. Para o prof. o cafe da manha devia estar uma delicia. Abriu com satisfacao uma lata de feijoes meio adocicados imersos em molho de tomate e vários condimentos. As pessoas tem cada gosto, nao? A manha estava assim: olhando pela janela havia uma “coisa” branca envolvendo tudo. O frio continua, mas nao está chovendo. Mas quem quer ir lá fora? Eu que nao. Prof. fará curry de frango e banana para o almoço (hummmm bom demais). Eu ficarei com o mais dificil: brocólis. O tempo vai passando aqui no monasterio em meio as coisas simples do dia. Tudo é muito tranquilo e bastante silencioso. A atmosfera aqui é propicia para o recolhimento e contemplacao. Só o relogio do corredor quebra o silencio a cada hora cheia. Parece que os monges gostaram do almoço. Claro que sempre tem muita comida brimanesa a mesa. Eles nao passam sem ela!
Fomos convidados para um passeio no centro da cidade. Fomos no carro da senhora Mar Mar. Bhante Uttaranyana junto! A senhora Mar Mar é uma pessoa admirável. Se nao é a principal, é uma das principais sustentadoras do monasterio. Ela é medica, especialista em AIDS e quando nao está em seu trabalho, dedica seu tempo ao monasterio e aos monges.
Para quem nao conhece o Bhante…caminhar é com ele mesmo! Deve estar com 60 anos e nao tem tempo ruim pra ele. No Brasil ele se mostrou vibrante, muito bem disposto e sempre pronto pra subir e descer montanhas, dando um cansaço em muita gente! Uma maravilha de passeio! Andamos pelo centro da cidade. Estivemos num grande centro de convencoes. Prédio moderno que em sua parte térrea oferece cafés, lugares para comer, sentar e conversar, informacoes culturais, etc.
Saimos dali direto numa regiao onde nao circulam automoveis. Por ali vimos um canal fluvial por onde barcos de passeio circulam. Soube que é um canal mais extenso que o de Veneza e que por ele chega-se até Londres! Faz parte de um antigo sistema de transporte. Muito, mas muito agradavel andar por ali. Espaços abertos para circulaçao de pessoas, lojas, restaurantes com mesas na calçada (apesar do frio!). Tudo limpo e bem cuidado.
Fomos apreciando a paisagem, as pessoas, os lugares, até chegar no predio da Biblioteca Central. Uma beleza! A parte terrea serve como uma passagem para toda a gente ir e vir a outra grande área aberta onde entre outros predios está o Museu de Birmingham. Muitos jovens pelo caminho. Muitos negros e indianos. E bom andar e ver rostos diferentes, jeitos diferentes.
Entramos no Museu. Enorme. Predio de época muito lindo. Dentro do Museu está o Buddha Galery. Lá estao esculturas que celebram o buddhismo, o jainismo e o hinduismo. E tambem lá está a magnifica estátua do Buddha Sultanganj, única no mundo.
Foi realmente um otimo passeio. A gente pode ter uma ideia da beleza e tranquilidade que a cidade oferece. O passeio terminou com a senhora Mar Mar nos deixando na lagoa atrás do monasterio. Já adivinharam, nao? O Bhante com a disposicao que lhe é peculiar saiu do carro e nos intimou para uma caminhada, como se nao tivessemos feito nada ate entao..! Gente, o lago é enorme! Uma volta por todo ele. Olhei, respirei e fui. Uma bela caminhada. Bancos a beira do caminho e nem vou falar das arvores. Moraria aqui só por causa delas. Muitos adolescentes praticando esportes aquáticos. Aprendendo a velejar e aprendendo canoagem. Belo lugar. O monasterio está num lugar privilegiado pela tranquilidade do bairro e beleza natural ao seu redor.
Claro, voltamos caminhando para o monasterio. O Bhante realmente tem prazer em caminhar, conhecer e apontar belezas com aquela alegria que contagia. 19h30 – aula de meditacao para as pessoas da comunidade. Muita gente! Fiquei lá até 20h30. Hora de dormir. Estou muito grata a senhora Mar Mar e ao Bhante pelo dia de hoje. Amanha embarcamos para Portugal.
Depois da agitação toda de Bangkok, um pouco de recolhimento (nem tanto assim) nesse importante Vihara, nada mal… ainda mais desfrutando da sempre agradável companhia do Bhante Uttaranyana.
Agora Portugal… haja fôlego.
Metta,
Fernando
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