Durante as muitas caminhadas de Dhammayietra que ele dirigiu no Camboja, Ghosananda interpretou de forma literal e séria o dito de Fujji de “respeitar e nutrir afeto um pelo outro”; de alguma forma ele foi até mesmo capaz de trazer os membros do Khmer Vermelho para dentro de sua tenda de reconciliação, perdão e não-violência. Mas o esforço não foi sem custo. Durante a maior parte das caminhadas, Ghosananda e seus inúmeros discípulos do Dhammayietra foram atingidos ou pegos no meio do fogo cruzado. Em algumas de suas caminhadas, alguns monges e monjas que se juntaram a ele foram mortos. Ainda assim, Ghosananda e os milhares de seu exército da paz não pararam de caminhar. Da mesma forma como o Buddha o fez em sua própria época, os andarilhos do Dhammayietra seguiram diretamente para o coração do conflito. Quando os parentes do Buddha começaram a brigar pelo uso da água em duas comunidades, o Buddha – sentindo que uma luta armada logo iria se deflagrar – andou diretamente para o campo de batalha e perguntou: “O que é mais precioso, a água ou o sangue humano?” Quando as pessoas responderam que o sangue humano era mais precioso, o Buddha perguntou: “Então, por causa da água vocês farão correr rios de sangue? O que estão fazendo é correto?”
Nota: Para conhecer mais sobre a história do Camboja nesse período negro e os ensinamentos de Maha Ghosananda, confiram “Passo a Passo“.