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O inferno era OK

Alguém já disse que “As pessoas mais felizes não têm o melhor de todas as coisas, apenas aproveitam o melhor de todas as coisas que têm“. Não é tremendamente verdade isso? Basta olhar para as pessoas felizes e perceber que elas são aquelas que descobriram esse simples fato. Gratidão tem a ver, então, com sabedoria: saber focar apropriadamente. Tem a ver também com respeito a todas as coisas. Quando perdemos o respeito, diminuimos o valor das coisas (incluindo pessoas e situações). Com o valor diminuído, não conseguimos ver sua importância e deixamos de ser gratos por nossa conexão com elas. Ou seja, não focamos no que há de melhor nelas, mas sempre almejamos pelas coisas melhores que acontecerão no futuro. Começa a corrida atrás do ‘futuro melhor’ e, claro, inalcançável. O grande mestre Ajahn Buddhadasa expressa isso de forma magistral e bem humorada: “O inferno era OK, até que um sujeito espertinho foi até o céu e voltou“.

Respeitar todas as coisas é ver sua natureza pelo lado do amor. Elas então se tornam plenas, satisfatórias. O samsara da insatisfação proveniente da parcialidade da visão se extingue diante do vislumbre do nibbana presente. Tudo se torna OK, e somos capazes de, com reverência, nos prostrar e homenagear todas as coisas. Seria talvez por isso que Ayya Khema disse que “Quando sentimos gratidão, devoção e respeito, temos amor em nossos corações. Amor e respeito andam de mãos dadas com o caminho espiritual. Esses dois sentimentos são apropriados e essenciais em qualquer relacionamento que tivermos…Coração e mente devem ambos estar engajados. A mente entende e o coração ama, e a menos que tal fusão ocorra, capengaremos de uma perna“.

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5 comentários em “O inferno era OK”

  1. Obrigado por mais esse belo texto. Tudo a ver para quem está fazendo 11 anos de casado nesse final de semana.

    Respeito e gratidão, palavrinhas chave.

    Metta,

    Fernando

  2. que bela reflexão!!! quando vc diz “não focamos no que há de melhor nelas”…pois!!! parece que nunca temos tempo de focar realmente…decerto por isso sinto a perna capengando vez em sempre…abs. Fá

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