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Minha Promessa

A mais inspiradora passagem sobre o Natal que li neste mês foi de meu amigo Sensei Jiyo Agacki. Para ser lida vagarosamente, saboreando cada palavra e imagem, como um poema, pois é isso o que é. E com ela desejo a todos Boas Festas!

Minha Promessa

Sempre refleti sobre o nascimento e a morte. Aqueles mistérios a partir dos quais se desenvolvem
inteiros movimentos religiosos… para explicar, para tentar entender.

Ainda penso sobre tais eventos que nos trazem para a vida, que põem um fim nela. Observei-os se aproximarem muitas vezes desde que me tornei consciente deles. O nascimento é sempre visto como uma alegria… a morte como um pesar.

Mas parece a mim, à medida que ando nessas misteriosas sombras, segurando as mãos desta figura indistinta que sempre parece estar lá: para ver através… parece-me que de certa forma entendemos as coisas um pouco erroneamente.

Os cristãos captaram um aspecto da morte quando disseram que ela é uma ocasião de ALEGRIA, afinal de contas, os mortos vão ao encontro dos braços acolhedores de Jesus, e ele tomará conta deles até chegarmos lá. Claro, SOMENTE se você se lembrar de viver de uma maneira CRISTÃ. Isso confere uma amortecida na ideia, no entanto.

Ainda assim, há tanto para se entristecer. Há uma loucura do partir, o pensamento de um amor que nunca voltará, que nos envolve… que nos consome. Alguns são devorados, submergem nisso, e nunca retornam de sua tristeza. Mesma se a morte chega rapidamente, cedo demais, isso não deveria ser assim. Que possamos nos entristecer com a retirada, carregar a tristeza de nosso amor conosco para sempre… isso é importante. Isso é AMOR, e o amor somente morre quando o matamos. Soa difícil para mim dizer isso, mas é VERDADE. Não deveria fazer isso. Mas possamos também sorrir, até rir, sabendo aquilo que eles nos deram, e que, verdadeiramente, suas vidas significaram algo, nos tocaram de uma forma que nos aqueceu por tê-los conhecido.

E que a alegria sempre esteja presente no nascimento. A alegria na novidade dele, em sua esperança. Mas que a tristeza sempre esteja presente também. Uma tristeza no reconhecimento desta pequena criança que terá dores e pesares que você não será capaz de fazer nada a respeito, por mais que tente. Que a cada novo nascimento neste mundo possamos fazer uma promessa solene, uma promessa que sua chegada nesta vida significará algo, que estaremos lá para ajudá-los o melhor que pudermos.

Sempre digo que todos os filhos são meus filhos.
Digo isso sinceramente.
E todas as mortes são minha morte.
Digo isso sinceramente, também.
Cada momento: eu choro, e sorrio, apenas por eles.

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