Pular para o conteúdo

uma paisagem lunar estéril e desolada


“A maior forma de ilusão do “eu” é o egoísmo cego. Isso também pode assumir diferentes formas. Algumas pessoas, obcecadas por este tipo de insensibilidade, experimentam o seu ambiente como uma paisagem lunar estéril e desolada, habitada seja por aliados ou inimigos. Normalmente, eles percebem as pessoas como objetos úteis ou ameaçadores. A ideia fixa de constante ameaça é combatida com agressão. Outros podem ficar completamente perdidos por desejos sensuais, até mesmo ao ponto da total escravidão.

“O “eu” não é uma entidade, não é algo realmente existente por seu direito próprio. Na pessoa não iluminada a ideia básica de “self” se origina juntamente com cada percepção, como um aspecto inerente do processo perceptivo, mas o “mim” possessivo, reflexivo se origina somente de modo ocasional, quando o sentido de ego precisa reforçar sua crença em sua própria realidade Essa forma de autoengano serve para acobertar a realidade desprovida-de-self de nossa vida, para revitalizar o sentido de “meu self”, para refrescar e reafirmar o sentido decrescente de auto-identidade. Dessa forma, conseguimos manter intacta a ilusão de um “eu” individual contínuo, que então assume o papel central em nossa história de vida. A identificação com esse “mim” nos dá a sensação de que eu sou o “ator”, “pensador”, “sujeito perceptivo”, “experienciador”, “possuidor”. Em todos esses níveis e gradações, a ideia do “self” é responsável pela distorção principal de nossa experiência. A forte atração gravitacional do self causa a deformação profunda básica da realidade por meio de nossas percepções, pensamentos e sentimentos”.

por Ven. Ashin Ottama
traduzido para a Comunidade Nalanda por Rafael e Rui

Marcações:

1 comentário em “uma paisagem lunar estéril e desolada”

Não é possível comentar.