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Vesak na Thailândia – dia 2

No dia seguinte, novamente acordamos cedo, às 5 da manhã para o café e deslocamento para a universidade onde a conferência se realizaria. As refeições sempre são muito vivas, onde os primeiros contatos são feitos, bem como a oportunidade de conversar com os antigos amigos de conferências passadas.

Um dos prédios da Conferência Internacional

Hoje 120 acadêmicos e líderes buddhistas de todo mundo apresentaram trabalhos em cinco painéis diferentes ocorrendo simultaneamente como parte da conferência internacional. Os diversos trabalhos foram divididos nos seguintes temas:

  • Filosofia Buddhista e Práticas de Meditação
  • Visões Filosóficas Buddhistas Unificantes
  • Ensinando o Dhamma em Novas Terras
  • Psicoterapia Buddhista
  • Textos e Comentários Buddhistas em Contextos Tradicionais e Contemporâneos
 

A sessão matinal de nosso painel foi aberta pelo prof. Endo de Hong Kong, que logo me passou a palavra para dar início aos trabalhos. Comecei expressando o seguinte: “É impressionante que o Buddha ensinou por quarenta e cinco anos, por volta de 26 séculos atrás, e agora, depois de tanto tempo, ainda nos encontramos todos os anos e conseguimos apresentar trabalhos tão variados sobre os seus ensinamentos. Penso que isso mostra a profundidade e relevância da sabedoria do Buddha. Nosso painel aqui se chama ‘Visões Filosóficas Buddhistas Unificantes’ e todos os palestrantes mostrarão diferentes aspectos da unidade e diversidade ao longo desses 26 séculos”.

A primeira apresentação foi do Dr. Ronald Nakasone a respeito do “Mapeamento da Ascensão à Iluminação”, onde comparou a iluminação do Buddha com o sistema buddhista Huayan. O prof. Nakasone já era um antigo conhecido, primeiro de trinta anos atrás quando já o conhecia por intermédio de livros quando eu participava da Terra Pura, mais tarde mais pessoalmente como parte de um treinamento estadunidense, e depois de outras conferências.

Ele foi seguido por Ofosu Jones-Quartey, um buddhista theravada e também artista hip-hop. Ofosu nos brindou com interessantes reflexões sobre “Meios Hábeis e o Artista do Século 21”, onde ele discute até que ponto deve o artista se manter ou se desviar dos ensinamentos padrões buddhistas a fim de alcançar o público.

A apresentação seguinte foi “O Buddhismo da Grande Tenda: Buscando pelo Solo Comum entre os Buddhismos Ocidentais e Asiáticos”, apresentado pelo co-moderador da tarde, Dr. Will Yaryan. Enquanto morador da Thailândia e casado com uma thailandesa, Will pode dar uma visão panorâmica das expressões buddhistas no Ocidente e uma reflexão sobre como nos aproximar do Buddhismo. Uma de suas reflexões mais interessantes e que vemos tão frequentemente em nosso meio, são ocidentais que acham que a versão ‘esterilizada’ do Buddhismo que aprendem no Ocidente é aquilo que realmente é o Buddhismo, geralmente por não conhecerem ou compreenderem o que realmente ocorre no Oriente.

Justin Whitaker foi o próximo conferencista discutindo a “Unidade Ético-Filosófica da Tradição Buddhista”, onde propôs sila e pancasila como chaves para a unificação das diferentes tradições buddhistas.

Ven. Jinabodhi Bhikkhu, monge senior de Bangladesh apresentou “Theravada e Mahayana: Paralelos, Conexões e Conceitos Unificantes”. O Ven. Jinabodhi era um velho conhecido, além de participarmos de outras conferências juntos, estivemos também presentes na cerimônia de recebimento do título de “mahasadhammajotikadhaja” oferecido a nós pela Maha Sangha da Birmânia em 2010.

Dr. Chaisit Suwanvarangkul apresentou o interessante tema de “Pratityasamutpada e Sunyata no Madhyantavibhaga”, em sua tentativa de reconstruir porções do texto de Vasubandhu a partir do comentário tibetano.

Christian Kohl também tratou a seguir de Pratitysamutpada, mas enquanto cientista, abordou o tema a partir da referência da física quântica.

Em seguida foi a vez do Dr. Bimalendra Kumar da Universidade de Benares, tratar de um tema bastante específico, o “Problema de Hetu e Paccaya na Filosofia Abhidharma”.

Em seguida foi a vez do Ven. Dhammajothi apresentar os “Elos Filosóficos entre Anatta e Vijnana” fazendo um ‘link’ com algumas das noções Mahayanicas.

Dr. Dion Peoples em seguida apresentou um tema bastante interessante e, como frisou, inédito nos estudos buddhistas: “Um Método Sincronístico dos Processos Superiores”, analisando em detalhe o Sangiti Sutta.

Um Método Sincronístico dos Processos Superiores

Finalmente a sessão matinal terminou com a apresentação da Dr. Dipti Mahanta com uma exposição muito interessante com o nome de “De Nagarjuna a Ajahn Chah: a Desconstrução Buddhista na Teoria e na Prática”.

A sessão da tarde passou das minhas para as mãos do Dr. Will e os trabalhos foram os seguintes:

  • Angela Dietrich: “As Raízes do Interser: o Renascimento Buddhista no Vietnam”
  • XiaofeiTu: “Buddhismo Humanístico: o 3.5 Yana”
  • Shi Jingpeng: “Um Estudo Crítico do Tríplice Veículo do Monte Lushan Huiyuan”
  • Pallavi Jambhale: “Menção a Escolas Buddhistas nas Inscrições do Decan e sua Influência Filosófica com especial referência à escola Cetiya e Aparasaila”
  • Hsiao-Lan Hu: “Visões e Práticas Dharmicas”
  • Bina Gupta: “Atman e Anatman: Uma Reconciliação Possível”
  • Donna Giancola: “Doutrinas Buddhistas de Identidade e Impermanência na Mente Ocidental”
  • Ricardo Sasaki: “O Gakudo Yojin-shu de Dogen Zenji a partir de uma Perspectiva Theravada”
  • Peter Grossenbacher: “Cultivando a Concórdia por meio to Interver: Um Novo Método para o Contato Interlinhagem”
  • Christopher Queen: “Buddhismo Engajado como uma Filosofia Unificante”
O Gakudo Yojin-shu de Dogen Zenji a partir de uma Perspectiva Theravada

No final fomos presenteados com dois diplomas de participação, um como moderador, outro como conferencista.

conferencistas recebem diploma de participação e um presente

Mas o dia ainda não tinha acabado. Tinha uma surpresa ainda…

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