São Paulo 28 de agosto |
Nesta última segunda-feira estivemos em São Paulo, para visitar amigos e ter uma conversa sobre Karma & Meditação. Com a plena consciência de que esse é um assunto inesgotável e inescrutável, pois como é dito, “o conhecimento do karma e seus resultados, bem como seu exato funcionamento faz parte da esfera dos Buddhas, e nem mesmo seus discípulos despertos o possuem por completo”, aceitamos o desafio de compartilhar pelo menos algumas ideias sobre o tema.
Durante quase duas horas trabalhamos as diversas dimensões da noção de karma, começando pela existência de várias versões não buddhistas, uma vez que tal palavra já era usada entre os brahmanas, jainistas e outros, assim como modernamente entre movimentos ocultistas e espíritas. Em seguida, passamos para o entendimento especificamente buddhista, tanto em sua versão mais popular quanto na mais profunda. O conceito duplo de ação e fruto foi abordado fazendo uma conexão com as quatro nobres verdades e introduzimos aos ouvintes um elemento raramente falado que se situa entre a ação e a frutificação. Terminamos conversando sobre a conexão do karma com a doutrina das duas verdades, verdade convencional e verdade última, e a aplicação particular ao problema de dukkha.
É fundamental deixar o plano da teoria e compreender o karmavipaka no funcionamento da mente. Quando conectamos isso com a prática da meditação, a doutrina do karma assume um outro sentido e observamos por nós mesmos como o desejo sedento gera sofrimento diretamente em nossas mentes e em nossas vidas. Algo bem diferente do que estamos acostumados a fazer. Teve até espaço para um koan Theravada: “Naquilo que é derradeiramente não existente, a ignorância flui; naquilo que é existente, ela não flui”. Pena que duas horas é pouco para explorar um tema tão fascinante.
É uma pena… Morar longe tem seus inconvenientes.
Metta
Celso Carrera
Caro Rodrigo, a palestra não foi gravada 🙁
Caro Prof. Ricardo, há possibilidade da palestra (íntegra) ser disponibilizada para membros do Nalanda? Gasshô
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