Saiba o que e onde olhar |
Mas curiosidade e dedicação, por mais importantes que sejam, ainda não são suficientes, pois precisamos saber onde aplicar a mente curiosa de forma dedicada. O conhecimento e o estudo se tornam velhos quando não baseados na experiência viva. A prática se torna um hábito vazio quando não há o interesse na experiência. Perguntar o que é isto, o como é isto, o como isto é experimentado e vivido se torna fundamental. E perguntar do jeito certo. Um retiro é uma oportunidade para fazermos isso de uma forma mais intensa e dedicada. Fora dos retiros é mais difícil, pois nos esquecemos de fazer essa pergunta. Tornamo-nos tão envolvidos no dia a dia e nas respostas habituais ligadas à procura de prazer e afastamento do desprazer que nos esquecemos de parar e perguntar como isso está sendo. Esse é um dos motivos pelos quais nossos retiros são em silêncio. Isso faz com que possamos nos dedicar mais a fazer essa pergunta.
Conhecer apropriadamente consiste de quatro áreas de investigação: propósito, adequação, domínio e não-ilusão. Precisamos saber porque fazemos o que fazemos. Saber a que se destinam nossos atos. Precisamos também saber se nossas ações, mesmo que dotadas de um propósito correto, são adequadas naquele momento e circunstância. Mas também precisamos saber qual nosso foco, nossa área de abrangência em que esse conhecimento será aplicado. Por fim, a investigação deve ser conduzida sem ilusões sobre a natureza da realidade, precisamos ter a perspectiva correta obtida pelo estudo e aprendizado anterior.