Mais e menos
Contudo, a nossa força autodestrutiva pode ser tão forte que pode tornar difícil sermos amigos de nós mesmos. Os sentimentos autodestrutivos podem, de verdade, nos sobrepujar. É por isso que a consciência é tão importante na prática meditativa. Quando você percebe que possui essa tendência autodestrutiva, e que esse aspecto surge juntamente com os “menos”, você pode percebê-lo imediatamente. Você percebe que é uma tendência muito forte, um condicionamento muito forte, um hábito. É importante perceber que é apenas um hábito, é apenas um condicionamento. Não está representando algo real. Quando você o vê como um hábito, você não lhe dará muito poder e energia, como faria no caso de algo real.
Um exercício bastante interessante é se perguntar diariamente: “Quantos ‘menos’ eu me dei hoje?”. Então, tente ver também as diferenças entre os diversos “menos” que você está se dando: grandes “menos” ou pequenos “menos”. Por fim, ao invés de se sentir mal, você pode rir disso. Assim haverá leveza e, até mesmo, alegria. Na prática da meditação acho que é muito importante que trabalhemos com nós mesmos de uma forma leve e proveniente do coração (mesmo que seja com as nossas deficiências), ao invés de uma forma pesada, nos punindo, ou de uma forma demasiadamente séria e intensa“.