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Como tocar um alaúde

Como tocar um alaúde

Gostaria de dizer algo sobre o esforço. Há dois extremos que precisamos evitar. Um deles é nos esforçamos muito. O outro é simplesmente não nos esforçamos. Há alguns símiles muito bonitos usados a esse respeito nos textos. Na época do Buddha havia um monge que se esforçava muito na caminhada meditativa, tanto que as palmas de seus pés sangravam. Quando o Buddha falou com ele, percebeu que ele era um músico. Ele costumava tocar alaúde, um instrumento de corda. Então, o Buddha perguntou a ele: quando você toca um instrumento musical, se as cordas estão muito frouxas ou muito apertadas, a música não soará bem. Então, o Buddha disse que o esforço também não deve ser muito frouxo e também não deve ser muito rígido. Isso é o que se chama esforço correto.

Outro símile que o Buddha deu é o de quando você tenta pegar um pequeno pássaro, se você tentar agarrar o pássaro com muita firmeza você poderá matar o pássaro no processo, e se você agarrá-lo de forma muito frouxa o pássaro poderá escapar. Então, dessa forma, o esforço correto também pode ser chamado de esforço sem esforço.

Agora o que acontece quando você se esforça demais? Naturalmente há tensão. Você pode até mesmo ter uma dor de cabeça, você pode se sentir cansado e você pode se sentir inquieto e desapontado porque você está se esforçando exageradamente, e com uma grande expectativa. Praticando dessa forma você nunca irá conseguir o que deseja, então você se sentirá mal, você dará a si mesmo um ponto negativo, você começará a odiar a si mesmo e assim por diante.

E se você não se esforçar, o que acontece? Daí você pode se sentir sonolento, apático, você pode ficar num estado de sonho. Então, novamente, é aprendendo, experimentando e descobrindo por si mesmo que você saberá quando está se esforçando demais ou não. E, algumas vezes, nós precisamos exercitar mais o esforço, outras vezes precisamos relaxar o esforço. Então uma coisa que irá nos ajudar é, se pudermos ter uma mente meditativa, então, quando não estivermos meditando a conscientização se torna se torna natural, ela surge sem esforço“.

por Godwin Samararatne, traduzido por Josiane B.
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