À medida que Dhamma significa em sua origem aquilo que mantém, apoia, sustenta, isso quando aplicado à área mais restrita do comportamento humano significará todo e qualquer comportamento, desde o mental até o corporal, passando pelo verbal, que ao ser feito provê um apoio firme para os estados benéficos permanecerem e aumentarem. Poderíamos mesmo dizer que é o comportamento feito de acordo com a consciência, estabelecido que tal consciência seja uma de natureza saudável e voltada para a correção. À falta da salubridade da consciência a tradição provê, então, as normas e regras a serem ponderadas e que podem servir de orientações gerais até que esta consciência se desenvolva a um ponto em que possa se considerar unida ao Dhamma. Ela não mais precisa das normas e regras, mas também ela não é mais diferente das mesmas.
Observa-se aqui um modo ternário mutuamente interdependente para o Dhamma: enquanto leis universais, enquanto modo saudável de comportamento e enquanto direcionamento moral para o homem. Na classificação de Kiyozawa Manshi em seu clássico The Skeleton of Philosophy of Religion, Dharma é religião no sentido de “a forma que a verdade absoluta assume para a consciência representativa” (nossa percepção das leis universais); no sentido de “a arte ou prática de pacificar a mente e ajustar a vida”, e no sentido de “obediência para com a voz da consciência” (nosso modo saudável de comportamento); e no sentido de “moralidade” (nosso uso de orientações externas para nos guiar).