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Dor na Meditação

Lidar com a dor

Um ensinamento do prof. de dharma Godwin Samararatne, traduzido pela equipe de tradução do Centro Buddhista Nalanda:

Gostaria de oferecer algumas sugestões sobre como trabalhar com a dor na meditação. Uma maneira é não ver a dor como um distúrbio ou como uma distração para a meditação. Assim, a dor torna-se o objeto da meditação. Quando a dor está lá, você pode tentar explorá-la, investigá-la e descobrir mais sobre a dor. Na vida cotidiana, quando temos dor, o que fazemos é tentar nos livrarmos da dor, mas fazendo isso nós nunca aprendemos sobre a dor. Então, aqui, quando a dor vier, você deve considerar isso uma bênção, pois lhe dará a oportunidade de trabalhar com a dor e compreendê-la. Você pode explorar quando houver dor física, e notar é capaz de observar e trabalhar com a reação à dor. Às vezes é a reação que está criando o sofrimento em relação à dor – por você não querer a dor, considerando a dor como uma perturbação e odiando-a. Ter estas reações pode criar mais sofrimento além da dor em si.

Descobri que, por vezes, a dor pode ter uma razão física, e em outras vezes as tensões e dores podem ser de origem psicológica. Se for de origem física, vocês podem trabalhar com a dor dessa forma por algum tempo e depois mudar a postura.

Todavia, com relação à dor, vocês devem evitar os dois extremos. Um extremo é ficar mimando o corpo, como, por exemplo, mudar a postura imediatamente toda vez que sentir dor ou tentar se livrar dela. O outro extremo é ser muito duro e severo consigo mesmo, como quando se permanece sentado sem mudar a postura mesmo quando há realmente muita dor. Portanto, eu sugeriria descobrir o caminho do meio, onde se aprende a ser amigo e gentil com o corpo, com a dor, evitando ser muito duro e severo com relação a ela, mas ao mesmo tempo sem ficar mimando o corpo. Em termos práticos, isso significa que vocês devem trabalhar com a dor quando sentados, e então, se necessário, mudar a postura.

Se a dor não tem uma razão física, podemos ter de explorar a emoção por trás da dor que está criando a dor. Assim, na meditação, o que estamos tentando fazer não é nos livrarmos da dor, mas aprender a ver (mesmo quando a dor estiver lá) o quanto podemos nos relacionar com a dor sem necessariamente sofrer como resultado”.

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