“Estejam abertos a qualquer mudança que possa surgir física, mental e até externamente. Se insistirmos em que a mudança ocorra de acordo com a nossa própria ideia então, quando houver mudança que não corresponde a essa ideia, sofreremos. Mas ao entendermos que esta é a natureza da existência, que muda e que nós não controlamos a mudança, então se pudermos estar abertos à mudança seja qual for a sua forma, internamente ou externamente, isto resultará em liberdade.
E de acordo com o Buddha, essa realidade de mudança e impermanência e essa ideia de “não eu” estão muito bem interconectadas, inter-relacionadas. Ele tem um argumento muito interessante. Se possuímos as coisas, se realmente há um ego, um eu, consequentemente deveríamos ser capazes de comandar as coisas: então as coisas deveriam acontecer do nosso jeito, de acordo com minhas ideias. Mas como não há um eu, um ego, não podemos fazer isso. Então precisamos ver a partir da realidade da mudança, que não há uma auto-identidade, um agente, mas apenas o próprio processo de mudança.
É interessante que sempre que há sofrimento, há porque você quer as coisas do seu jeito, e esse seu jeito ou meu jeito é resultado do sentimento de que se é Alguém. Então amanhã, sempre que estivermos sofrendo, simplesmente saiba que a ideia, que o modelo que você está segurando está agora a ser desafiado. Ele é sempre alguma ideia a respeito do como isso deve ser, do como aquilo deveria estar de acordo com as ideias que o ‘self’ mantêm“.
Este é um ensinamento do prof. de dharma Godwin Samararatne, traduzido pela equipe de tradução do Centro Buddhista Nalanda.