Para resumir a resposta do Buddha: ele não é coisa alguma porque o seu kilesa que designaria uma deidade, um demônio ou um homem, foi extinto. E, ele diz, o brahmana podem chamar-lhe despreocupadamente como ‘o Buddha’.
Quase todo o mundo percebe a si mesmo como uma coisa ou outra. Uma vez que tal percepção surge, o nascimento (jati) acontece, seguido por decadência (jara), morte (marana) e sofrimento (dukkha). De fato, não é a percepção do ‘Eu’ somente, mas um apego surge juntamente com isto e que causa o sofrimento. Podemos dizer que o Buddha supera a questão da identidade porque não coloca valor em ser qualquer coisa, o que é mera verdade convencional e não uma verdade última.
O próximo ponto é a relação dele com os líderes de outras doutrinas (titthiya). O ensino do Buddha é simplesmente um dentre outros de numerosas escolas de doutrina de seu tempo. Hoje no Sião (Thailândia), a palavra titthiya (pronunciada em thailandês como dirati) é uma palavra suja que, em comparação, significa heresia ou pagão. Buddhadasa Bikkhu enfatiza que no tempo do Buddha a palavra não implicava em qualquer insulto ou discriminação. A atitude do Buddha com respeito a outros líderes religiosos nunca foi de afronta. Penso que seja importante estudar o modo pelo qual o Buddha relacionava-se com outras comunidades religiosas, isto é, sem qualquer hostilidade e nenhum tipo de agressão verbal quando dialogava com elas. Ele falava apenas sobre o que pensava e em que ponto havia diferenças. Um buddhista deveria aprender e seguir seu exemplo.