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Curiosidade e Dedicação

Perseverança é a chave

A mente curiosa é uma primeira coisa que é importante. Mas ela deve ser acompanhada pela dedicação. Não basta a mente curiosa, mas você deve aplicar tal mente curiosa de uma forma constante, de uma forma dedicada. Uma coisa que costumo falar em várias ocasiões é que você deve se acostumar com uma pergunta fundamental aparecendo sempre em sua mente: “O que é isto?”, diante de qualquer coisa que apareça. Diante de qualquer experiência, reflita: “O que é isto?” “Como isto é sentido e como isto é vivido?”

Fazer assim tem um poder quase que miraculoso porque relativiza a experiência. Não importa muito qual seja a experiência à sua frente. Não importa se aquela experiência é comumente classificada como boa ou ruim, porque agora o seu interesse não é desfrutar das sensações boas das experiências ou fugir e sofrer das vivências consideradas más. Como seu foco não é nas sensações – no agarrar as sensações agradáveis e no fugir das sensações desagradáveis -, qualquer experiência comumente chamada boa ou má é Perseverança em termos de ser um objeto estimulador do conhecimento. A experiência tem o mesmo sabor, que é o sabor de propiciar conhecimento. E essa é uma das formas como transformamos nossa vida.

Essa é uma forma bastante revolucionária proposta pelo Buddha. E é revolucionária porque é bem diferente do rumo natural por onde seguimos. Mesmo envolvidos num caminho de desenvolvimento, num caminho espiritual, continuamos à procura de sensações boas e na fuga das sensações ruins. Então, na verdade, apenas transpomos nossa experiência do mundo para esse caminho, mas com a ilusão de que um caminho de desenvolvimento e cultivo mental vai nos dar mais experiências boas e diminuir a possibilidade de experiências ruins. Isso até pode acontecer, mas porque passamos a focar a realidade de uma forma diferente.

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