Amor sem apego – parte 1
Bangkok, Thailândia – Manter-se fiel ao conceito buddhista do não-apego não quer dizer que você deva abandonar as pessoas que ama. Na verdade, você precisa abordar o amor de uma forma diferente da usual, afirma Ajahn Sumedho, um monge muito respeitado do Amaravati Forest Monastery.
Inicialmente, você deve identificar o apego e, então, abandoná-lo. É então que você compreende o não-apego. No entanto, se você assume a idéia de que não deve apegar-se, você se afastará do não-apego. O ponto não é posicionar-se contra o apego, como se existisse um mandamento contrário a ele. O ponto é observá-lo.
Ao formularmos as perguntas: “O que é o apego?” e “Estar apegado a objetos proporciona a felicidade ou o sofrimento?” – começamos a produzir insight, a entender o que é o apego e a poder, então, abandoná-lo.
Se você assume a perspectiva muito exigente segundo a qual não deveria apegar-se a nada, então você propõe idéias como: “Não posso ser um buddhista, pois amo a minha esposa e estou apegado a ela”; “amo a minha esposa e não posso deixá-la ir embora”; e “não posso deixar a minha esposa partir”.
Estes tipos de pensamentos surgem da idéia de que você não deveria apegar-se.
O reconhecimento do apego não significa que você deva se livrar da sua esposa. Significa que deva se livrar das suas idéias errôneas sobre você mesmo e sobre sua esposa. Assim, você descobre a existência do amor no casamento, porém um amor não-apegado, não-deformado e não-ganancioso.
A mente vazia é bastante capaz de preocupar-se com as outras pessoas e de amá-las, no sentido mais puro do amor. No entanto, qualquer apego sempre deformará essa capacidade.
Algum tempo atrás, apresentei um texto sobre o tema ‘Amor sem Apego’ de Ajahn Sumedho, um conhecido monge Theravada, abade do Chithurst Monastery e Amaravati Monastery da Inglaterra. Agora graças à gentileza de Fernando D., a primeira parte traduzida do texto: