O Buddha ensinou o Dhamma. Tradicionalmente, 84.000 ensinamentos. Como gotas de água para seres sedentos, esses ensinamentos matam a sede cumprindo o desejo do Buddha: ajudar os seres. O venerável Ajahn Buddhadasa diz que: “Dos buddhistas é esperado disseminar o Buddha-Dhamma a este mundo violento a fim de cumprir o desejo do Buddha”.
Disseminar não significa tentar convencer os outros. Muito menos ainda tentar fazê-lo por meios violentos ou enganadores. Disseminar significa deixar disponível para o maior número de seres, de modo que aqueles que buscam por esse tipo de ensinamento possam facilmente encontrá-lo.
Esse é um exemplo de ‘bom desejo’. Nem todos os desejos devem ser apagados. Desejar a paz, desejar o bem para os seres, desejar o bem maior da libertação. Com a violência por todos os cantos, numa época em que passamos a ter medo de sair de casa, dizer alô a um estranho, até mesmo andar de carro com a janela aberta, o Dhamma se faz ainda mais necessário, incentivando a reflexão sobre a violência. O Buddha trouxe para a humanidade uma mensagem essencialmente de paz. Cumprir o desejo do Buddha é colaborar para um mundo com menos violência.
Tan Ajahn falou também: “O Buddha disse que sua vinda e a existência de seu dhamma-vinaya eram para o benefício das massas, tanto deidades quanto homens”. Dhamma é seu ensinamento. Vinaya é a importância da disciplina pessoal neste caminho de Dhamma. Como o dhamma-vinaya pode nos ajudar no caminho para a paz? Essa pergunta deve estar presente na mente de todo admirador do caminho pregado pelo Buddha e, ainda mais, para aqueles que assumem o compromisso de tentar segui-lo. O Buddha não se referia ao seu ensinamento como ‘Buddhismo’. Ele o chamava apenas de ‘Dhamma-vinaya’. Resta a nós compreendê-lo.