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Alegre Viajante – 5

Continuação de Alegre Viajante – 4.

Ven. Saddhatissa

O Dr. Rewata Dhamma foi recebido no aeroporto por Samsari Lal, o qual, juntamente com sua extensa família, tornou-se um sustentador pelo resto da vida. O Sr. Lal foi o responsável pelo erguimento do movimento Ambedkar em Birmingham durante muitos anos, no que foi ajudado pelo Ven. Dr. Saddhatissa do London Vihara. Foi o Ven. Saddhatissa que oficiou a conversão em massa de 5000 pessoas em West Bromwich Town Hall em 1973. Seu interesse no Dr. Rewata Dhamma era o de que ele também trabalhou para o benefício dos antigos intocáveis enquanto residia na Índia. Sob as asas do Dr. Saddhatissa, ele participou do encontro monástico entre monges orientais e ocidentais em Praglia Abbey, perto de Pádua, no outono de 1977, e novamente em 1979. Artigos baseados em suas palestras apareceram no The Maha Bodhi, sociedade em que o Dr. Saddhatissa era um dos principais membros. Os dois frequentemente visitavam os viharas um do outro, e o Dr. Rewata Dhamma sempre falava com reverência a respeito do Dr. Saddhatissa como sendo seu professor na Inglaterra – como também o foi por um curto período de tempo na Índia.

Kalu Rinpoche

No final de 1976, foi encontrado um apartamento para o Dr. Rewata Dhamma no subúrbio de Handsworth, no norte de Birmingham, numa época em que ele já estava bem integrado na vida buddhista da cidade e de Wolverhampton. O ano de 1978 viu a primeira celebração de seu Dia do Buddha numa escola da vizinhança, que foi um evento ecumênico. De um lado do palanque estava o Ven. Sadhatissa, liderando um grupo de monges Theravadas de seu vihara em Chiswick. Do outro lado estava Kalu Rinpoche, o tutor do Karmapa, liderando um grupo de monges tibetanos. Como Bhante recordou muitas vezes depois disso, a forma original do Buddhismo praticado na Birmânia foi o Vajrayana e isto deixou muitos traços na prática popular de lá. Tibetanos e birmaneses pertencem ao mesmo agrupamento racial; de tempos em tempos, enquanto ouvia palestras de professores tibetanos visitantes, Bhante me disse certa vez, havia palavras que ele reconhecia como idênticas em sua própria língua.

No final de 1978 ele se mudou para uma casa em Carlyle Road, Edgbaston, estabelecendo o então chamado West Midlands Buddhist Centre. Foi um lugar único, pois estava sob a patronagem Karma Kagyu e era o único lugar no mundo onde as tradições Theravada e Tibetana floresciam sob o mesmo teto. Havia também uma íntima conexão com aqueles que praticavam o Soto Zen, que permaneceu até hoje. Quando o então responsável americano do Throssel Hole Priory fez uma visita para dirigir um retiro de meditação, aqueles praticando as vias Tibetana e Theravada se juntaram a ele para se sentar olhando para a parede. O espírito daquela época contribuiu para a cooperação ecumênica contínua entre buddhistas em Birmingham. ‘Nossa ponte dourada’ era o termo para descrever Bhante usado pelo Karmapa quando veio abençoar a casa em novembro daquele ano.

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1 comentário em “Alegre Viajante – 5”

  1. Lembro-me dele contando esses episódios e outros também muito interessantes quando da primeira visita dele a Belo Horizonte, naquele retiro em Caeté. Parece que foi ontem! Fico pensando que a impermanência seja, talvez, a única coisa que permanece.
    Imaculada

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