O autor prossegue dizendo que “O modelo sacrificial do Bodisatva coexiste bem com as percepções ocidentais das qualidades que um ser superior deveria possuir – compaixão nos moldes da figura do Cristo e altruísmo. Embora pouca ênfase exista no adiamento responsável do Nirvana nos primeiros ensinamentos budistas, este conceito heróico, que ressoa bem com aderentes mais recentes, tornou-se um dos pontos de sustentação da tradição Mahayana“.
Ora, é certo que o modelo sacrificial do Bodhisattva pode coexistir bem com as percepções ocidentais e que também esse “modelo heróico” ressoa bem entre os aderentes mais recentes. Entretanto, uma vez que o ideal do Bodhisattva *também* está presente no Theravada, pelo menos metade dessa afirmação não é verdadeira quando atribuída, em contraposição, à suposta ausência dela no Theravada. E quanto ao ideal do Arahant, por que não considerá-lo também sacrificial? Afinal, o Arahant é aquele que abandona todos os apegos e desejos pessoais num sacríficio e esforço heróico (“Herói” e “Vencedor” são dois epítetos que o Buddha atribui ao Arahant) a fim de realizar o Bem Supremo e ajudar a todos os seres desde essa posição de sabedoria e compaixão. Ignorando tais coisas, o autor simplesmente as propõe a fim de forçar seu argumento de que o Mahayana seria mais “adaptado” aos olhos do ocidente moderno.
Ana,
Utilizo a palavra ‘mito’ com dois sentidos diametralmente opostos, os quais sãos inferidos de acordo com o contexto. Um tem o sentido bom, mito como experessão simbólica utilizada pelas culturas de antigamente, num sentido que, por ex., Joseph Campbell usa. No outro, o deste texto, é aquele de ilusão criada pelo homem que de tanto repetido vira ‘verdade’. O processo de manutenção e duplicação ad nauseum é explicado pelo fenômenos dos memes.
Nesse último sentido, o Buddhismo possui uma série de mitos, que boa parte dos buddhistas acredita como sendo verdades – diferente dos mitos no primeiro sentido, os quais boa parte dos buddhistas acreditam como sendo ilusões, porque não percebem seu significado simbólico e mais profundo; por cima disso, novos ‘mitos’, no segundo sentido, são criados, à medida que o Buddhismo avança por outras terras, como agora no Brasil.
Já quanto às seitas mencionadas, de fato, uma pena o como as coisas vão acontecendo. Para aqueles não envolvidos ou para aqueles não completamente participantes, acredito que entender o contexto e gênese histórica de tais movimentos seja importante. Nesse sentido, há um livro chamado “O Outro Lado do Espiritualismo Moderno”, de um autor que não me lembro o nome (mas não deve ser dificil achar no Google, colocando o título entre aspas) que faz exatamente isso, contar a história de como igrejas e seitas começaram.
Quanto ao autor do artigo M x T, não acho que seja um “acadêmico desocupado” 🙂 , mas alguém com bom intenção em ajudar e esclarecer. Seu artigo não é uma produção diferente e excepcional, mas reflete bem o que a maioria pensa a respeito do assunto.
Ricardo,
Li seu comentário e depois o M x T
VI e VII e fiquei “matutando”….
Mito X Meme
Mito – opera no simbolico,capacidade de abstrair.
Meme – a meu ver opera no concreto, “cola” mais facíl.
Estariamos regredindo no modo de funcionamento mental?
Não sou expert nem em ou outro, são
especulações que penso que dá pra entrar por ai.
Outra questão – o discurso budista – como ele circula na midia
( impressa, televisa). Se juntarmos
a questão de uma possibilidade de regressão no funcionamento mental, o desuso do mito e o apice do meme,
via discurso budista, dá samba isso?
Por falar em discurso, tenho experenciado situaçãoes trágicas.
A familia está aderindo as pencas a
Universal, e outro dia tive que lidar com isso… eu não entendia nada,… como? o que vc está falando? de onde saiu isso? Veja vc foi só uma seção ” de tirar o encosto”. Bem passei uma semana nas madrugadas vendo os tais programas, e descobri que o discurso era igualzinho dos tais pastores, que coisa que cola fácil
não? assustador.
Mais uma como as seitas neo-budistas e ditas cristás, se apropriam de alguns conceitos do budismo e veiculam esse discurso.
Seicho-no-ie, aquela do Jurei ( perdão não lembro o nome), e outras tantas que circulam por ai.
Enfim, chega de divagar,mas lendo
suas ultimas reflexões, senti vontade de voltar ao artigo.É interessante pq prá mim não fixou nada, achei confuso, um porre… e depois já tinha opinião formada, só
que essas coisas a gente naum conta
prá ninguém.. rsr
Vc sabe quem é o autor, seria mais
um academico desocupado?Pergunto pq
se algo mais desse autor me cair nas mãos, vou olhar com cautela.
ana lucia
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