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Mahayana vs. Theravada X

Continuando a partir daqui

Ele continua: “Em resumo, a ‘natureza búdica da humanidade‘ do Mahayana está em conflito com a idéia Theravada de ‘natureza humana do Buddha’, porque para uma a natureza humana conduz naturalmente à liberdade, enquanto que para a outra ela oferece obstáculos“.

Mais que tendencionismo, o autor agora revela ingenuidade ou puro desconhecimento do Buddhismo, seja Theravada ou Mahayana. Nenhum buddhista que se preze diz que a “natureza humana conduz naturalmente à liberdade”. Evolução natural é uma das idéias que é propriedade de grupos de Nova Era, e nenhum buddhista conhecedor pensaria que pelo simples fato de existir uma natureza humana isso serviria como passaporte certo à libertação. Isso é desconhecer a doutrina (Theravada e Mahayana) da Originação Dependente, dos Reinos do Samsara e da necessidade do esforço em desenvolver bodhicitta e os paramitas. Novamente, o autor meramente insere diferenças onde não existem, mesmo que às custas da própria doutrina buddhista.

A fim de fortalecer seu falso ponto de vista, ele conclui: “Portanto, uma natureza-de-Buda florescente, presente mesmo na ausência de auto-realização, a idéia à qual os adeptos do Mahayana aderem, é uma filosofia sedutora, cosmopolita, que tem uma capacidade de atrair convertidos muito maior do que a descrição Theravada de fogo-e-enxofre para a condição humana. Não deve surpreender que a interpretação Mahayana, otimista e receptiva, é alvo de muitas objeções entre os Theravadins, que suspeitam que a verdade esteja sendo trocada por números mais amplos“.

Qualquer mahayanista *que se contente* com a “natureza-de-Buda florescente” “na ausência de auto-realização” deveria ser criticado não somente por seguidores do Theravada, mas também do Mahayana! É uma traição aos votos, a bodhicitta e à instrução dos próprios professores. E quanto à “descrição Theravada de fogo-e-enxofre para a condição humana” o autor deveria ler as descrições do Mahayana sobre a vida sem o Dharma e seus resultados nos reinos inferiores. Novamente, ele, de um lado, desconhece ambas as doutrinas, e, de outro, cria ênfases inexistentes de acordo com seu pré-conceito anterior a escrever tal texto.

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