A questão é da situação dos templos buddhistas, em especial dos fortemente voltados para culturas orientais. À medida que a velha geração de imigrantes se extingue, e a nova geração de descendentes não demonstra grande interesse, como tais templos continuarão até a próxima geração? Esse é um assunto bastante atual, não apenas aqui no Brasil, mas também na Europa e EUA. Até já tratei do tema aqui mesmo em algumas ocasiões, em relação ao Zen 1 e Zen 2 nos EUA e ao Buddhismo no Brasil, bem como em diversas palestras. E o que ele disse me parece de suma importância. É que apesar de a preocupação com a transmissão para a próxima geração ser um fenômeno mundial, muito pouco é feito (não apenas no Brasil), mas também nos EUA em termos de algo que ele considera fundamental: a formação doutrinal e prática de ministros e professores do Dharma. Ele diz que o futuro do Buddhismo no Ocidente depende desse conhecimento aprofundado da doutrina e da prática, e que para isso é necessário um esforço determinado no tocante à formação. Além disso, diz ele, é preciso também uma abrangente consciência dos temas sociais e éticos presentes na sociedade contemporânea.
O sentido do IEB, bem como outras iniciativas similares ocorrendo no Buddhismo brasileiro atual, é um tipo de resposta a essa necessidade. Além de centros de prática, os centros de dharma devem cuidar das gerações seguintes e para isso é preciso um plano de formação na doutrina. Não basta meditação e outras práticas desconectadas de sua tradição doutrinal. É preciso conhecimento e estudo, e é oportuno o artigo do Ven. Bhikkhu Bodhi, que aponta para a questão do estudo como essencial para reaver o equilíbrio. Idealmente, esse estudo não deveria nem mesmo se limitar ao patrimônio da própria linhagem, mas – por vivermos em um momento em que temos contatos com praticantes das mais variadas escolas – deveria se expandir, abraçando a riqueza de prática e doutrina existente em outras partes. Conhecimento traz compreensão, e compreensão leva ao respeito e à harmonia entre as pessoas. É o que acredito.
Bom dia, Prof. Sasaki.
Muito boa sua reflexão, e fiquei aqui em deleite com a flexibilidade, lucidez e o alcance do seu pensar, e a ousadia em expressa-lo.
destaco alguns pontos que creio fundamentais nesse debate ( a dois, talvez três…rs ?)Recordo a sua resposta a mim lá no mutiply sobre esse tema…algo tipo: “fazer a nossa parte” ( de memoria).
Vc escreve:
“”E o que ele disse me parece de suma importância. É que apesar de a preocupação com a transmissão para a próxima geração ser um fenômeno mundial, muito pouco é feito (não apenas no Brasil), mas também nos EUA em termos de algo que ele considera fundamental: a formação doutrinal e prática de ministros e professores do Dharma. Ele diz que o futuro do Buddhismo no Ocidente depende desse conhecimento aprofundado da doutrina e da prática, e que para isso é necessário um esforço determinado no tocante à formação. Além disso, diz ele, é preciso também uma abrangente consciência dos temas sociais e éticos presentes na sociedade contemporânea””””
outro trecho que creio ser de fundamental importância…
“”. Idealmente, esse estudo não deveria nem mesmo se limitar ao patrimônio da própria linhagem, mas – por vivermos em um momento em que temos contatos com praticantes das mais variadas escolas – deveria se expandir, abraçando a riqueza de prática e doutrina existente em outras partes. Conhecimento traz compreensão, e compreensão leva ao respeito e à harmonia entre as pessoas. É o que acredito.””””
Creio que a questão está dada.
gassho
ana
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