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Brasileiros pela Birmania

Em 26 de dezembro de 2004, eu passei um dia muito tranquilo. Passei a manhã andando de bicicleta, contemplando as belas ruínas num parque a dois quarteirões onde estava, tirando fotos. Engraçado que não me lembro do que almocei, mas lembro com clareza que tomei um chá verde gelado, algo que nunca tinha visto no Brasil, como é tão comum agora vermos nas prateleiras. De tarde, tomei um ônibus carregando duas malas lotadas (basicamente de estátuas, presentes recebidos e livros), e cheguei ao aeroporto pela noitinha. As duas malas lotadas foram o motivo porque decidi ir para onde fui, ao invés das praias mais ao sul. Peso demais para ficar carregando para lá e para cá. Passei algumas horas tranquilas no aeroporto pouco movimentado, nada especial. Dentro do avião, me lembro que era da British Airways -, a telinha anunciou que fortes chuvas haviam se abatido no sul durante aquele dia. ‘Escapei da chuva’, pensei. Não havia mais informações, pois as comunicações tinham caído na região. Quando o avião pousou em Dubai, nos Emirados Árabes, peguei um jornal no Freeshop e estampada na primeira página estava o início do pesadelo. Ondes fortíssimas haviam atingido todas as praias do sul. O nome mais específico para aquilo era “Tsunami”. Eu havia acabado de escapar do maior desastre natural que se abateu no mundo no último século!

Nessa semana, sinto um dejá-vu. Como em 2004, as notícias chegam em pedaços. Começou com 350 mortos. Passou para 4.000. Aí notícias chegaram de que poderia ser mais de 10.000. Chegou-se então aos 22.000. Desde ontem se fala que mais de 100.000 morreram quando o ciclone Nargis bateu nas costas da Birmânia (Myanmar) na última sexta-feira. No Tsunami de 2004 foram 230.000 para todos os países envolvidos. Ventos que sozinhos causaram feridas e queimaduras nos que sobreviveram. Ventos que levantaram um tsunami que desfigurou todo o sul do país, no maior desastre natural da história recente da Birmânia.

Amigos! 6.000 pessoas morreram na Thailândia durante o tsunami de 2004 (muito pouco comparado com Indonésia, Índia e Sri Lanka). Na Birmânia, agora, são mais de 100.000! Todos podem imaginar o que isso significa.

Não há eletricidade, água ou transportes nas regiões afetdas. Estima-se que um número enorme irá morrer no pós-ciclone por malária, dengue, febre amarela, fome e desidratação. O mundo inteiro e todas as organizações humanitárias estão se juntando para oferecer ajuda.

Brasileiros pela Birmânia/Brazilians for Burma Recovery

O Centro Buddhista Nalanda (uma entidade registrada, civil e sem fins lucrativos, há 20 anos atuando no Brasil), em associação com o Buddhist Aid Trust (entidade de caridade registrada na Inglaterra), o Myanmar Cyclone Recovery Fund e nossos amigos birmanêses em Londres de um dos maiores portais buddhistas da tradição buddhista, o Nibbana.com, lança agora uma campanha brasileira para recolher fundos para os milhares de desabrigados devido à tragédia do ciclone Nargis.

Nossa campanha se chamará “Brasileiros pela Birmânia/Brazilians for Burma Recovery” e conta com a ajuda de todos vocês que lêem está mensagem. Por favor, contribuam, ainda que 5 ou 10 reais. Cada centavo depositado será repassado ao Buddhist Aid Trust e entregue diretamente às vítimas do ciclone, e independentemente da religião e etnia dos envolvidos. Ou seja, não é apenas para buddhistas, mas para todos que sofrem as terríveis perdas humanas e materiais advindas do ciclone.

Aqueles que quiserem fazer suas contribuições diretamente no site da Buddhist Aid Trust, via paypal ou cartão de crédito podem acessar seu site. Mas para facilitar os moradores no Brasil, o Centro Buddhista Nalanda disponibiliza uma conta específica para esse fim. Todos os depósitos nessa conta serão repassados integralmente para nossos amigos da Buddhist Aid Trust, que trabalhará junto com respeitáveis organizações não-governamentais e outros sistemas de distribuição diretamente para as vítimas envolvidas.

Vamos nos unir nessa tragédia mundial. Mesmo que sejamos capazes de doar apenas um pouco, qualquer quantia certamente salvará vidas. Lembrem-se, 1/3 da população da Birmânia vive abaixo da linha de pobreza. Um professor ganha 90 reais ao mês! Qualquer valor que vocês puderem ajudar, certamente conta!

Doem, divulguem entre amigos, site e listas. E visitem o endereço oficial da campanha:

http://nalanda.org.br/seva/brasil-pela-birmania

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