Foi dito anteriormente que: “O Buddha disse que sua vinda e a existência de seu dhamma-vinaya eram para o benefício das massas, tanto devas quanto homens“. Há pelo menos dois bons motivos para se utilizar a palavra ‘dhamma-vinaya’ ao invés da palavra ‘Buddhismo’.
‘Buddhismo’ lembra religião, e esta palavra causa na mente das pessoas todo tipo de reações. Algumas positivas, outras negativas, mas, tanto umas quanto outras, usualmente incorretas. Se houvesse maior esclarecimento do que realmente é uma religião não haveria problemas em sua utilização. Em público é até mesmo aconselhável empregá-la, evitando assim que se tome o Buddhismo como ‘mera filosofia de vida’.
Um segundo motivo é que sob o nome de ‘Buddhismo’ as pessoas podem entender e incluir toda sorte de coisas. É uma constatação que boa parte das pessoas associadas ao Buddhismo, ou simplesmente suas admiradoras, acaba projetando nele suas próprias fantasias, expectativas, gostos e desgostos. ‘Dhamma-vinaya’, por outro lado, dá uma direção clara sobre do que se trata o ensinamento do Buddha. Há de se entender o que é o Dhamma em suas várias dimensões e aplicá-lo em si mesmo; há de se exercer o vinaya na vida diária e para o bem da sociedade.
Ajahn Buddhadasa complementa ainda que: “A palavra ‘dhamma-vinaya’ é a essência de todas as palavras que descrevem a comunidade buddhista. Ela inclui todas as palavras sobre o viver correto, as regras de conduta, tradições, religião e civilização da comunidade buddhista“. Fica então a sugestão para os buddhistas utilizarem entre si mais da palavra ‘dhamma-vinaya’ quando se referindo aos ensinamentos que seguem e que provêm do Bem-Aventurado.